Projeto Mutum, desenvolvido pela empresa, é pioneiro na reintrodução de aves silvestres ameaçadas de extinção na Mata Atlântica
A Cenibra, uma das empresas mais importantes do setor de celulose no Brasil, celebrou um marco significativo no Projeto Mutum, que completou 33 anos. O evento, realizado no Centro de Pesquisas da Ponte Perdida, em Bom Jesus do Galho, Minas Gerais, reuniu autoridades, colaboradores, e importantes figuras da área ambiental.
O Projeto Mutum, desenvolvido pela Cenibra, é pioneiro na reintrodução de aves silvestres ameaçadas de extinção na Mata Atlântica. Durante o evento, a Cenibra soltou mais 10 casais de Mutum-do-Sudeste, uma espécie endêmica e criticamente ameaçada de extinção, na região.
O coordenador sócio-ambiental da Cenibra, Edson Valgas, enfatizou a importância do projeto, que começou há três décadas com o objetivo de recuperar espécies da natureza, incluindo o Mutum e a Jacutinga, que estavam extintos em Minas Gerais. Graças ao trabalho de reprodução no Centro de Pesquisas e Conservação da Crax em Contagem, essas aves estão sendo reintroduzidas e repovoando a região.
O Projeto Mutum abrange sete espécies da Mata Atlântica, sendo três delas espécies emblemáticas. Victor Fasano, ator e ambientalista, foi homenageado durante o evento e destacou a importância desse projeto para a conservação da biodiversidade.
A reintrodução dessas espécies é uma dádiva para o Parque Estadual do Rio Doce, que protege as espécies nativas da Mata Atlântica. O monitoramento contínuo em parceria com a Cenibra garante o sucesso dessa reintrodução.
A Cenibra, que possui uma história de comprometimento com a sustentabilidade florestal, comemorou seus 50 anos de existência em 13 de setembro de 2023, potencializando ainda mais os resultados positivos para a Mata Atlântica por meio desse projeto ecológico.
DURANTE O EVENTO, A CENIBRA SOLTOU MAIS 10 CASAIS DE MUTUM-DO-SUDESTE, ESPÉCIE ENDÊMICA E CRITICAMENTE AMEAÇADA DE EXTINÇÃO.
História e Impacto do Projeto Mutum
A Cenibra tem como parte central de sua estratégia de sustentabilidade a conservação e proteção da biodiversidade. A empresa possui mais de 106 mil hectares de florestas nativas no bioma Mata Atlântica, que sustentam uma rica fauna e importantes recursos hídricos. São cerca de 600 espécies da fauna, mais de 620 espécies da flora arbórea e mais de 4.500 nascentes preservadas.
Dentro desse compromisso com a biodiversidade, o Projeto Mutum se destaca como um projeto pioneiro de reintrodução de aves silvestres ameaçadas de extinção. O projeto foi concebido em parceria com a CRAX Brasil e teve início nos anos 80, quando apresentado por Hugo Eiras Furquim Werneck e Roberto Azeredo, presidente e fundador da Sociedade de Pesquisa do Manejo e da Reprodução da Fauna Silvestre (CRAX).
O Projeto Mutum visava repovoar a região do Parque Estadual do Rio Doce, o maior remanescente de Mata Atlântica em Minas Gerais, com espécies de aves que já eram consideradas extintas na região.
A parceria entre a Cenibra e a CRAX possibilitou a reintrodução de diversas espécies, incluindo o Mutum-do-Sudeste, o Macuco, a Capoeira, o Jaó-do-Sul, o Inhambuaçu, o Jacuaçu e a Jacutinga. Ao longo desses 33 anos, cerca de 500 aves já foram reintroduzidas ao habitat natural.
Essas aves são monitoradas para obter dados sobre sua adaptação, dispersão, predação e reprodução. Mais de 340 filhotes nascidos em vida livre já foram registrados durante o monitoramento em campo, mas estima-se que esse número seja ainda maior devido à conectividade das matas da Fazenda Macedônia com outras áreas preservadas pela Cenibra.
REFERÊNCIA
O conhecimento técnico gerado pelo Projeto Mutum serviu de referência para a elaboração do Plano de Ação Nacional para Conservação do Mutum-do-Sudeste pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) em 2004. Este plano visa à identificação e discussão de estratégias de manejo e conservação da espécie.
Um estudo internacional liderado por cientistas da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, constatou que pelo menos 21 espécies de aves em todo o mundo foram salvas da extinção nos últimos 30 anos devido aos esforços de conservação. Cinco dessas espécies são brasileiras e viram seu status melhorar graças aos esforços de projetos como o Mutum-do-Sudeste.
Além da proteção das espécies de aves, o Projeto Mutum contribui para a conservação dos fragmentos de vegetação nativa da região, uma vez que essas aves desempenham um papel importante na dispersão de dezenas de espécies típicas do bioma Mata Atlântica, melhorando a qualidade ambiental da região.
O Projeto Mutum é um exemplo efetivo de como a reprodução em cativeiro, associada à reintegração ao seu ecossistema natural, pode ser uma solução eficaz para evitar a extinção de espécies ameaçadas.
A iniciativa desenvolvida pela Cenibra em parceria com a CRAX representa uma esperança de sobrevivência para essas aves típicas da Mata Atlântica.